"A infância é medida pelos sons, aromas e cenas, antes de surgir a hora sombria da razão." (John Betjeman)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O ARTE EDUCADOR E A APRENDIZAGEM

No processo de aprendizagem da criança, os elementos cognitivo e afetivo estão sempre presentes Mas na escola é mais comum a ênfase no aspecto cognitivo. A afetividade é levada em conta geralmente quando acompanhada de aspectos positivos e quando estiver atrelada à figura do professor.

No entanto, não é apenas a figura do professor que faz parte desse universo afetivo da criança. Participam também desse universo os textos das disciplinas do currículo escolar, os objetos utilizados pelos alunos, o ambiente físico da sala de aula, a arquitetura do prédio da escola, a localização desta – enfim, tudo que faz parte do ambiente do aluno.

O contato do aluno com esses elementos, principalmente o primeiro contato quando a criança é de pouca idade, tanto pode ter um efeito prazeroso, como pode ser desagradável e passar a ser um bloqueio para o processo de aprender – muitas vezes com indícios de irreversibilidade. E aí o imprevisto pode desafiar o professor, o qual planejou tudo de modo criterioso, mas o resultado foi negativo. Esse desafio só pode ser enfrentado se o papel de mediador for bem compreendido por parte do professor.

Sérgio A. S. Leite e Elvira C. M. Tassoni  afirmam que a mediação do professor deve ter qualidade, com “acolhimento, simpatia, respeito, apreciação, compreensão, aceitação e valorização do outro”.

A sugestão das autoras  Luciana Mourão Arslan e Rosa Iavelberg é que o planejamento com os alunos deve ser resultado de discussões abertas , para que seja despertado seu interesse e para que os projetos se tornem atraentes. E para aumentar essa atração, um eixo central pode contemplar várias matérias interligadas.
Para despertar o interesse para os projetos com os alunos e criar  um clima afetivo em sala de aula, cabe ao arte-educador contribuir com seus pincéis/ferramentas para que o colorido do material de artes passe a “colorir” também afetivamente os assuntos áridos de determinadas disciplinas consideradas  “difíceis” por parte dos alunos

O “aqui e agora” do “fazer” em Arte deve atenuar a hiperdesterritorialização do conhecimento e “centralizar” um pouco mais as informações para inseri-las no universo afetivo do aluno – fator determinante para a aprendizagem. O conteúdo verdadeiro das informações transmitidas aos alunos deve ter uma vestimenta com cores e design que combinem com esses conteúdos; caso contrário, as informações com aparência de falta de significado de distanciam desse clima afetivo.

O “fazer” e o “apreciar”em Arte devem contribuir para resolver o paradoxo entre uma comunicação  hiperveloz e ao mesmo tempo provocadora de lentificação das ações, lentificação essa que retarda o processo de aprendizagem. Esta deve seguir um ritmo condizente com o grupo específico da sala de aula e com cada aluno em particular.


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